quinta-feira, 21 de julho de 2011

Review: Batman: Arkham Asylum (PS3)

Batman: Arkham Asylum (2009, PlayStation 3)



Yep, comprei um PS3. Já tinha a edição de colecionador desse jogo antes de comprar o console, na verdade, então foi o primeiro jogo que eu joguei e terminei.

Supriu as expectativas? Bem, vamos descobrir!

É de conhecimento geral de que um jogo baseado em qualquer tipo de material externo ao mundo dos games raramente dá certo. Os exemplos podem ser contados nos dedos das duas mãos, e os que são realmente bons jogos, com uma mão só. Essa máxima é especialmente válida para jogos baseados em filmes, mas também podemos aplicar a games baseados em brinquedos, desenhos animados ou quadrinhos, como é o caso de Batman Arkham Asylum.



Diferente do que alguns pensam (não me pergunte como), Batman Arkham Asylum não foi feito com inspiração em nenhum filme, muito menos lançado para promover um. Isso por si só já é muito bom. Temos aqui uma história totalmente original do morcego, feita especialmente para o jogo. Acabou de ficar ainda melhor, não?

A história, escrita pelo veterano Paul Dini, é totalmente original e extremamente competente. Tudo começa quando Batman prende o Coringa e leva-o até a ilha, ao Asilo Arkham, uma espécie de prisão/sanatório de Gotham City, onde ficam grande parte dos super-vilões do morcego. Um pouco desconfiado pela fácil rendição do príncipe-palhaço do crime, Batman decide acompanhar os policiais e médicos para levar o Coringa em cativeiro. Sendo Batman o maior detetive de todos os tempos, não é difícil entender que ele estava certo em suas suspeitas, Coringa planejava ser levado ao Arkham desde o princípio, e é ai que a história começa; o palhaço está solto no asilo, controlando todos os internos e prisioneiros de Blackgate que haviam sido transferidos, e cabe ao Batman por um fim nessa casa-da-mãe-joana.

A história toda flui muito bem durante todo o jogo, e estar preso na ilha é um ótimo pretexto para fazer com que o morcego tenha combates com grande parte dos seus mais icônicos inimigos, como Hera Venenosa, Bane, Croc, Arlequina e, claro, o Coringa. E já que o Asilo se situa em uma ilha enorme que abriga apenas a propriedade, temos um local consideravelmente grande para ser explorado e e com ambientes surpreendentemente variados. Temos o sanatório, os esgotos, a estufa e até mesmo as celas de prisioneiros. O jogo, na maior parte do tempo, mantém o jogador caminhando por ambientes apertados e claustrofóbicos, mas tudo se encaixa muito bem com o tema.



O visual do jogo é fantástico, mesmo quando colocado lado a lado com jogos desse ano. Tanto os cenários quanto os personagens são extremamente bem feitos, até mesmo os inimigos comuns. Como não podia deixar de ser, Batman e os chefes tem um cuidado visual mais notável, sendo o morcego um destaque ainda maior. O nível de detalhes do herói é surpreendente, com aspectos representados nos mínimos detalhes, como a barba por fazer (que vai crescendo durante o jogo), a roupa que sofre danos durante o progresso (arranhões, sujeira e rasgos) e, principalmente, a capa.

A capa do Batman (sem piadas infames) foi tratada pelos produtores, segundo palavras deles próprios, como um personagem próprio. A capa é um dos (senão o) elementos mais icônicos na composição visual do personagem, e foi com essa importância que ela foi tratada em Batman Arkham Asylum. O cuidado com a fluidez dos movimentos da capa foi notável, e é muito raro vermos a mesma atravessando qualquer coisa, seja o Batman, os inimigos ou o chão. E ao decorrer do jogo, assim como as demais partes do uniforme do morcego, a capa vai ficando cada vez mais danificada. Começando com dois cortes diagonais leves no meio do adereço, o jogador termina o game com praticamente metade da capa.

Isso em nada interfere na prática, mas é esse nível de cuidado com pequenos detalhes que mostra o quão atenciosos foram na hora de produzir o game. E Arkham Asylum é justamente isso, uma obra feita de fãs para fãs do morcego. Não que os demais não poderão usufruir do game, muito pelo contrário. Até mesmo quem nunca leu ao menos uma história do maior detetive de todos os tempos consegue se divertir com o jogo pois, além de um game baseado numa série com toneladas de easter eggs para os fãs mais assíduos, o jogo conta com um gameplay muito prazeroso de se jogar.



Não é exagero dizer que Batman: Arkham Asylum tem, facilmente, o melhor sistema de combate da geração. Trazendo uma mecânica bem diferente dos demais jogos que já vimos, AA apresenta batalhas fluídas, bonitas e praticamente cinematográficas. Abrindo mão do apertar desenfreado de botões aleatórios, basicamente todos os botões do DualShock 3 são utilizados. Só nos quatro botões faciais, temos o quadrado para sequências de socos/chutes, X é utilizado para pular sobre seus adversários ou esquivar-se, círculo para atordoar os oponentes com a capa e triângulo fica responsável pelos contra-ataques, e são justamente eles que dão o brilho a esse aparentemente complicado sistema. Masterizando a técnica de usar contra-ataques nos momentos oportunos, é possível passar o jogo todo sem tomar golpes dos oponentes comuns. Obviamente, isso não é tarefa fácil.

Existem mais técnicas ainda que ficam a cargo do L1 e R2 e junção de outros botões, mas aí é melhor deixar a cargo do jogador descobrí-las. E não se assuste, pois à primeira vista pode até parecer algo um tanto quanto complicado, mas na verdade é bem simples e, quando menos esperar, já estará fazendo combos de encher os olhos como se você mesmo estivesse no jogo, de tão natural que é tudo isso.

A trilha sonora não fica atrás e compõe bem o espetáculo que é Arkham Asylum. Não são todos os momentos que levam músicas ao fundo, mas isso só ajuda a criar a atmosfera da vez. As músicas, quando tocam, fazem parte de toda a ambientação tensa que o jogo propõe, totalmente auxiliada pela dublagem excelente do game (feita pelos mesmos dubladores oficiais de Batman Animated, a série de animação dos anos 90 que todos amamos), com destaque para Mark Hamill que, novamente, dá vida ao Coringa com maestria implacável. Os efeitos sonoros como um todo também são muito competentes.

A campanha principal do jogo não é lá muito longa - 10 horas são suficientes para finalizá-la - mas está dentro dos padrões da nova geração. Por outro lado, o jogo conta com bastante conteúdo extra para fazer com que o jogador fique bastante tempo entretido com o game, como por exemplo os 250 desafios do Charada escondidos pela ilha (isto é, caso não seja utilizado nenhum guia de auxílio). Entre os desafios, temos troféus escondidos, enigmas a serem resolvidos, itens secretos e outras coisas mais. Nesse meio, temos algumas fitas de entrevista com pacientes do asilo, como o Coringa, Espantalho, Arlequina e por aí vai. Essas fitas mostram como foram algumas sessões terapêuticas com os citados internos, e são todas muito interessantes, principalmente se você for fã de carteirinha do universo do Batman. O jogo conta também com um arquivo de personagens, muitos até que nem estão presentes "em pessoa" no jogo, com diversas informações interessantes.



E se você já está satisfeito com tudo isso (e se você não está também), calma que ainda tem mais. Além do modo campanha de jogo, temos também mapas de desafios à parte, que não são necessários para completar a história do game mas não passarão batido pelos que miram alcançar os 100% do jogo. Esses desafios são divididos em dois grupos; os Combat Challenges e os Predator Challenges. Os primeiros nada mais são do que mapas fechados que, divididos por rounds, lançam inimigos contra o jogador, que deve derrubá-los buscando obter a maior pontuação possível. Nada fácil, pois cada desafio conta com 3 rankings de pontuação, que pode ser bem difícil de atingir e, para que seja alcançado o tão cobiçado 100%, é necessário obter o ranking máximo em todos. Já o segundo é um modo composto por fases que, embora também limitadas, são bem maiores que as do primeiro modo. Aqui, o objetivo principal é eliminar todos os inimigos sem ser notado. Cada nível conta com três "sub-objetivos" que também devem ser cumpridos para que o 100% seja atingido. Os objetivos variam do simples "derrote todos os inimigos sem ser notado" ao complexo "derrote três inimigos com três explosões simultâneas de três paredes distintas", e ainda complicam mais.

E para os proprietários de PS3, um bônus! Além de receberem um jogo com um visual ligeiramente mais polido, os jogadores do lado PSN da força ainda tem mais mapas extras para jogar com outro personagem... o Coringa! Isso mesmo, você pode controlar o príncipe-palhaço do crime por diversos níveis de Challenge Maps, tanto Combat Challenges quanto Predator Challenges, no mesmo esquema dos do Batman. O vilão ainda conta com técnicas totalmente diferentes das do morcego, e, obviamente, ao invés de bandidos deve derrubar policiais (até mesmo o Comissário Gordon entra na briga às vezes!). Esse extra é exclusivo do PlayStation 3 e é gratuito. Tinha como ser melhor?

Batman: Arkham Asylum é, entre suas muitas classificações, uma surpresa totalmente agradável. Aparecendo num momento em que praticamente ninguém punha fé no título, mostrou-se ser, indubitavelmente, o melhor jogo de herói já feito e, com certeza, um dos melhores jogos das plataformas em que está disponível. E isso fica ainda mais claro quando você é um fã do morcego.



Avaliação:
Gráficos: 10
Jogabilidade: 10
Som: 10
Diversão: 10
Replay: 9,5
Enredo: 9
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Nota final: 10
-

Comentário Final: Batman: Arkham Asylum tornou-se parâmetro de comparação para qualquer jogo que leve o nome de um herói na capa. E isso só reforça o quanto esse jogo é genial. AA ainda vai além e prova que jogos baseados em franquias oriundas de fora dos games tem podem muito bem se tornarem jogos "AAA".

Pontos fortes: Jogo extremamente bem feito como um todo, gráficos belíssimos, rico em detalhes, sistema de combate original e totalmente funcional, entre muitos outros;

Pontos fracos: Batman: Arkham City, continuação do game, ainda não saiu;

Vídeo: